terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Rollemberg divide o DF em sete unidades de planejamento territorial

A missão dos sete gestores é fazer um diagnóstico dos problemas de cada região e ajudar na transição para os administradores definitivos

Millena Lopes
millena.lopes@jornaldebrasilia.com.br


Um  impasse na indicação dos administradores regionais fez com que o governador Rodrigo Rollemberg dividisse o DF em sete "unidades de planejamento territorial" e indicasse um gestor para cada uma delas. O Diário Oficial do DF de ontem trouxe os nomes dos sete administradores que acumularão até sete regiões sob seu guarda-chuva. 

Entre eles está  o vice-governador Renato Santana, indicado pelo PSD para compor a chapa de Rollemberg. A situação é transitória, garante o secretário de Relações Institucionais e Sociais, Marcos Dantas.

A missão dos sete gestores é fazer um diagnóstico dos problemas de cada região e ajudar na transição para os administradores definitivos, que devem ser anunciados no início da próxima semana, conforme Dantas. Mas os deputados distritais, que teriam sido consultados para as indicações, não estão nada satisfeitos com os super administradores, já que o combinado seria a nomeação dos indicados logo após a eleição da distrital Celina Leão (PDT) para a presidência da Câmara Legislativa, que ocorreu no dia 1º.

Oficialmente, não querem se comprometer, mas tem partido ameaçando deixar a base do governo na Casa, caso o que teria sido combinado não seja atendido.

Nada de lotear
 Durante a campanha e mesmo depois de eleito, Rollemberg repetiu que seu governo não seria loteado pelos partidos políticos. Que as siglas  que o apoiaram seriam ouvidas e que ele aceitaria indicações apenas como sugestão. Tanto que os partidos que não são da aliança original da campanha reclamam porque a equipe do novo governo tem pedido currículos dos “sugeridos”. 
O próprio governador faria a primeira reunião com os interinos, mas o próprio Renato Santana se encarregou de apresentar os administradores.

Segundo  o vice, o governador resolveu "adiantar" os nomes, para não deixar as administrações regionais, "que representam o braço do governo mais próximo da população", sem gestor.

Discurso afinado 
Apesar da ausência de Rollemberg, Santana deixou claro que seu discurso está afinado com o governador, repetindo frases que têm sido ditas à exaustão por Rollemberg, como  "Não faremos milagres" e "Vamos ao trabalho".

Quando questionado se as nomeações não seriam uma espécie de “intervenção”, ele reconheceu que não sabia que palavra seria melhor empregada, mas garantiu que, seja lá qual for, o lema deste governo é o trabalho. "Nosso grande desafio é acordar cedo e dormir tarde, trabalhando", resumiu.

Plano Piloto ficará com ex-candidato do PSB
Candidato a deputado federal pelo PSB, o advogado Igor Tokarski, de apenas 31 anos,  foi nomeado administrador do Plano Piloto. Mas assume também Cruzeiro, Octogonal, Sudoeste e Candangolândia.

O Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) está a cargo do militar da reserva Edberto da Silva, filiado ao PSB e coordenador da campanha de Rollemberg na região do Guará. Ele era cotado para administrar a região, que também fica sob os seus cuidados temporariamente, assim como o Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA), o Riacho Fundo, o Núcleo Bandeirante, Águas Claras e Vicente Pires.

Eduardo Rodrigues, também do PSB, foi escolhido para administrar o Paranoá. Ele assume interinamente também São Sebastião, Jardim Botânico e Itapoã.
Candidato a  distrital pelo PV, o advogado Wander Azevedo foi nomeado para administrar o Lago Sul. Servidor público, Wander já tinha ocupado o cargo de administrador da região na gestão do petista Agnelo Queiroz. Ele também foi diretor da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) e conselheiro da Eletronorte. Sob o guarda-chuva de Azevedo também ficam, temporariamente, Lago Norte, Varjão e Park Way.

Na conta do PDT
Presidente do Conselho de Segurança de Sobradinho II, Estevão Reis foi nomeado para administrar Sobradinho, mas também responderá interinamente por Fercal, Planaltina e Sobradinho II. Servidor da Secretaria de Educação, Reis já foi chefe de gabinete de Celina Leão.

O empresário Nery do Brasil foi candidato a distrital pelo PDT nas duas últimas eleições e ontem foi nomeado administrador do Recanto das Emas. Interinamente, ele, que já foi assessor de gabinete da Administração Regional de Santa Maria na gestão de Agnelo Queiroz, também administrará Riacho Fundo II, Gama e Santa Maria, onde mora.

Apesar de o vice-governador frisar que as indicações temporárias não teriam viés político, "mas técnico", todos os super administradores têm ligação partidária. PSB, PDT e PV foram contemplados. Isso sem contar com o próprio Renato Santana, que é do PSD.

Lixo, mato alto e buracos são prioridades
Resolver  problemas mais urgentes, como recolher o lixo que transborda nas ruas, cortar o  mato alto  e tapar os buracos, serão prioridades dos novos administradores, neste primeiro momento, conforme o vice-governador, Renato Santana, que classificou a atual situação das regiões administrativas como  “deprimente”.

“Lixo, mato alto e buraco em tudo o que é avenida vem demonstrando a importância que não vinham dando às cidades que fazem o Distrito Federal acontecer”, destacou. 

E acusou os gestores anteriores de terem passado “muito tempo sentados numa cadeira”. “Quanto mais o agente público ficar trancado em uma sala, mais ele vai errar”, opinou.

A determinação do governador, conforme Santana, era de que ontem mesmo os indicados começassem a diagnosticar os principais problemas de cada região. “Precisamos entender o porquê dessa ausência do Estado e iniciar a busca da solução imediata para esses graves problemas”, explicou o vice. 

“Surpresas”
São estes administradores que terão a real noção da situação atual nas administrações. “Temos tido muitas surpresas”, arriscou o vice-governador.

 E, assim como o governador Rodrigo Rollemberg tem dito, Renato Santana destacou que não será possível fazer milagres, mas, com a ajuda da sociedade civil organizada, acredita que será possível colocar a casa em ordem: “Nesse cenário de instabilidade financeira e orçamentária, é preciso que a  sociedade civil e os segmentos venham jogar conosco, com a população, que sofre, no dia a dia, as ausências e paga rigorosamente em dia seus impostos”, explicou. 
 

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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