segunda-feira, 28 de abril de 2014

Idosos estão cada vez mais na mira dos criminosos


Mais vulneráveis e emotivos, eles se tornam os alvos mais procurados pelos golpistas

Reconhecidos pela bandidagem como vítimas fáceis, os idosos estão envolvidos em grande número de casos de violência e são os primeiros a cair na mão dos estelionatários. Pessoas pedindo dinheiro de resgate de um sequestro que não aconteceu, falsos prestadores de serviços gratuitos, e propostas ou ofertas únicas de dinheiro são os golpes mais comuns que vitimizam a terceira idade do DF.  

Para se livrar de um golpe desses o idoso precisa estar sempre em alerta e contar com a ajuda apenas de pessoas de confiança ou funcionários treinados e identificados, principalmente em bancos. A aposentada Lurde Fernandes, 71 anos, chegou a um ponto em que não confia em mais ninguém e só sai de casa com as filhas. “Meu esposo já caiu em um golpe desses, e eu me safei por pouco”, lembra. 
Dinheiro

O marido recebeu uma ligação de um jovem pedindo dinheiro. “Ele jurou que era o nosso sobrinho. 
Dizia que precisava de R$ 2 mil  para viajar. Meu marido depositou só R$ 500. Mas quando foi visitar a família na Bahia, descobriu que não tinha sido o sobrinho”, diz Lurde. 

A aposentada Lúcia (nome fictício), de 80 anos, já sofreu tentativa de golpe por criminosos duas vezes. 
Na primeira, ela recebeu uma ligação de um rapaz que dizia ser seu sobrinho. “Ele disse que precisava que eu fizesse uma recarga de R$ 30 no  celular dele”, conta.

Insistência

Ela perguntou pelo nome do sobrinho e foi então que percebeu que estava sendo vítima de um golpe. 
Lúcia acredita que os golpes podem acontecer com mais frequência contra idosos pela falta de malícia. “Mas isso não significa que caímos tão fácil assim em qualquer golpe. É preciso agir com a cabeça. Mas se ele fala o nome correto de um sobrinho meu, poderia ser que a história tomasse outro rumo”, admite.
E o cuidado não é só com golpes por telefone. “Um dia chegou um rapaz no meu portão, com crachá e bem vestido e me perguntou se ele podia entrar para conversar. Achei estranho, disse que não, e ele me perguntou se meu marido estava em casa. Sou viúva há cinco anos, mas disse que tinha gente em casa”, conta.

Desconfiar sempre é fundamental

O ideal é sempre desconfiar de ligações e abordagens estranhas. Sempre que possível verifique a vericidade dos fatos. Se do outro lado da linha a voz disser que trabalha no banco, mesmo se for muito convincente, entre em contato com o gerente da instituição imediatamente. 

Os bancos já informam aos clientes  que não entram em contato por e-mail e não fazem qualquer tipo de confirmação de dados cadastrais pelo telefone. 

A professora aposentada Ilda Cerratti, 79 anos, lembrou muito bem dessas dicas quando recebeu um telefonema duvidoso há um ano.  

“Diziam que era do meu plano e que meu marido, que havia falecido, tinha o direito de receber R$ 40 mil. Me falaram que para eu receber o dinheiro teria que depositar R$ 3 mil na conta deles. Falei: 'Ué, porque não me dão R$ 37 mil e descontam os R$  3 mil?’ Foi aí que fiquei desconfiada e fui ao banco”, menciona a senhora, que foi informada  de que quase foi vítima de um golpe. 

Golpes mais Frequentes Contra a Pessoa Idosa

1. Falso sequestro: 
Alguém liga chorando desesperadamente, gritando por ajuda e dizendo ser seu filho (a), ou  que tem uma pessoa da família como refém, exigindo dinheiro (querendo que seja depositado em uma conta bancária). 
O que fazer:   Não atenda a essas exigências, por mais violentas que sejam as ameaças.
Tente fazer contato com a pessoa que o delinquente diz ter sido sequestrada, pedindo ajuda à família ou amigos para isso.
Comunique à polícia imediatamente através do 190, ainda que o criminoso exija que não o faça.

2. Falsos prestadores de serviços: 
Pessoa se apresenta dizendo ser de uma empresa prestadora de serviços de luz, água, telefone, gás ou outra, e que está fazendo vistorias ou serviços gratuitos para reduzir a conta ou melhorar a segurança. Muitas vezes, usam algum tipo de documento falso como crachá ou identidade funcional.
O que fazer:  Nunca aceite serviços que não pediu, ainda que sejam gratuitos. 
Se tiver interesse em tal serviço, procure uma empresa ou profissional abalizado, em que possa confiar.

3. Bilhete de loteria premiado:
Alguém aborda a vítima afirmando ter um bilhete de loteria premiado e que troca este bilhete por qualquer dinheiro que ela tenha consigo.
O que fazer:   Jamais aceite este tipo de oferta ou outras de pessoas que lhe abordam na rua e oferecem "chances únicas" ou "oportunidades maravilhosas". Recuse e siga seu caminho ou permaneça caminhando, sem parar para falar com essa pessoa.
Se ela insistir, entre numa loja ou banca de revistas e peça ajuda.
Telefones úteis:  Disque Idoso 156 opção 8; PMDF 190;  CBMDF 193; Samu 192.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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