quinta-feira, 27 de março de 2014

Senadores do PSB não queriam rubricar a CPI


Tucanos conferem em plenário a lista da CPI, que só depois das 22h seria encorpada pelo PSB
O presidenciável Eduardo Campos teve muito trabalho para convencer os senadores do seu PSB a parar de correr e, finalmente, ocorrer. Excetuando-se o líder da bancada, Rodrigo Rollemberg (DF), que já havia assinado o pedido de abertura da CPI da Petrobras, os outros três relutaram. Foram os últimos a aderir ao requerimento. Só depois das 22h da noite passada foram entregues as rubricas de Antonio Carlos Valadares (SE), João Capiberibe (AP) e Lídice da Mata (BA).
Rollemberg havia combinado a coreografia com Alvaro Dias (PSDB-PR). Pediu para ser avisado assim que o requerimento de CPI obtivesse a adesão de 25 senadores —o regimento exige no mínimo 27 signatários. Alcançada a marca, Rollemberg escalou a tribuna do Senado para informar que seus correligionários não se negariam a subscrever o pedido.
Deve-se a pressão sobre os senadores do PSB a dois fatores: Eduardo Campos não quis ficar atrás de Aécio Neves, que está mergulhado na articulação pró-CPI desde a semana passada. De resto, achou que, sem o endosso à CPI, a propaganda que o PSB levará ao ar na noite desta quinta soaria sem nexo. Na peça, Campos espinafra a forma como a Petrobras vem sendo gerida sob Dilma.
Feito dessa maneira, meio na marra, o desembarque dos quatro senadores do PSB no lado oposicionista do Senado engrossou a tropa da oposição de
Nascida assim, meio a fórceps, a adesão dos quatro PSB elevou a soma de assinaturas da oposição de 16 para 20. Noves fora os quatro correligionários de Campos, assinaram a CPI: 11 senadores do PSDB, três do DEM, um do PSOL e um do recém-criado Solidariedade. Juntaram-se ao grupo cinco dissidentes tradicionais de partidos governistas e outros três infiéis insuspeitados. Chegou-se à soma de 28. Eis os nomes:
— Dissidentes clássicos: Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Pedro Simon (PMDB-RS), Pedro Taques (PDT-MT), Cristovam Buarque (PDT-DF), Ana Amélia (PP-RS).
— Neodissidentes: Sérgio Petacão (PSD-AC), Eduardo Amorim (PSC-SE), Clésio Andrade (PMDB-MG).
— Tucanos: Aloysio Nunes (SP), Álvaro Dias (PR), Cássio Cunha Lima (PB), Mário Couto (PA), Aécio Neves (MG), Cyro Miranda (GO), Cícero Lucena (PB), Rubem Figueiró (MS), Flexa Ribeiro (PA), Lucia Vânia (GO) e Paulo Bauer (SC).
— ‘Demos’: José Agripino (DEM-RN), Jayme Campos (DEM-MT) e Maria do Carmo (DEM-SE).
— Solidariedade: Vicentinho Alves (TO).
— PSD: Rodrigo Rollemberg (DF), Antonio Carlos Valadares (SE), Lídice da Mata (BA) e João Capiberibe (AP).
— PSOL: Randolfe Rodrigues (AP).
Reunidos na noite passada com o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), operadores do governo decidiram pressionar nesta quinta-feira os três neodissidentes da lista: Sérgio Petecão (PSD-AC), Eduardo Amorim (PSC-SE) e Clésio Andrade (PMDB-MG). Supondo que a pressão dê resultados, a lista cairia de 28 para 26, uma assinatura a menos em relação à exigência do regimento.
O problema é que a oposição já dispõe de duas peças de reposição: presidente do DEM, Agripino Maia assegurou que o correligionário Wilder Moraes (DEM-GO) assinará a CPI, elevando de 28 para 29 o número de signatários. De resto, a oposição dá de barato que Roberto Requião (PR), outro dono do próprio nariz na bancada do PMDB, vai subscrever o requerimento. Ele está no exterior.

FONTE: http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2014/03/27/senadores-do-psb-nao-queriam-rubricar-a-cpi/

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