sábado, 15 de fevereiro de 2014

Ruralistas criticam declarações de ministro


Por André Shalders

Parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária dizem que ministro agiu de forma "irresponsável" ao culpar a PMDF pelos confrontos de quarta.
Policiais se protegem de objetos atirados por manifestantes na Praça dos Três Poderes: 30 PMs feridos.

Deputados federais ligados ao agronegócio criticaram ontem as declarações dadas pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, culpando a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) pelas agressões ocorridas durante a marcha do 6º Congresso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na quarta-feira. Segundo o ministro, que participou do “ato político” promovido pelo movimento na quinta, a PM agiu com base em uma “informação errada”, o que teria provocado a confusão na qual 30 policiais e 12 manifestantes ficaram feridos. ...

Para o coordenador da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS), o governo não deveria ter recebido os representantes do MST na manhã de quinta-feira. “Eu lamento que esse tipo de atitude tenha partido de um ministro de Estado. Na verdade, é espantoso que, depois de toda a confusão que ocorreu, o governo ainda chame esses caras para conversar e tenha a capacidade de colocar a culpa nos policiais”, disse o deputado. Heinze afirmou ainda que Carvalho deveria ser repreendido por Dilma Rousseff pelas declarações. “Nós ficamos preocupados. Se ele não estava falando em nome da presidente, ela deveria chamar a atenção dele”, opinou. 

Já o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) disse que Carvalho cometeu uma injustiça contra a PMDF. “A postura desse ministro tem realmente o desqualificado para o exercício do cargo. Além de estimular a desordem, ele ainda tenta incriminar as pessoas que estavam ali para fazer a segurança do Palácio do Planalto. Ele faltou com a verdade e foi injusto com a polícia”, disse ele, acrescentando que prepara uma nota de repúdio às declarações de Carvalho. “Ele fez uso da máquina para beneficiar as próprias posições políticas, além de promover a desobediência civil”, acusou Caiado.

Motivação eleitoral
Para Jerônimo Goergen (PP-RS), as declarações de Carvalho têm motivação eleitoral. “O governo agiu de forma irresponsável ao culpar a polícia dessa forma. Eles estão encaminhando tudo do ponto de vista eleitoral. Querem evitar o desgaste com os movimentos que eles mesmos financiam e põem a culpa na polícia, que já trabalha em condições adversas, com falta de pessoal e de estrutura”, criticou. 

Goergen acusou a Secretaria Geral da Presidência de incitar os movimentos reivindicatórios. “O Gilberto Carvalho montou uma espécie de governo à parte. Ele é o grande fomentador desse tipo de movimento esquerdista. É uma situação paradoxal, porque eles gastam dinheiro público para inflar esses movimentos no qual o PT tem interesse eleitoral. Aí é muito fácil protestar, com a sociedade bancando”, disse. A assessoria da Secretaria Geral não retornou os contatos da reportagem para comentar o caso.
Fonte: Correio Braziliense

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