Por Fernanda Odilla
A Polícia Federal deflagrou nos últimos dois dias uma operação que apura lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro. Houve busca e apreensão na casa de políticos e empresários em São Paulo, Mato Grosso, Goiás e DF...
Um dos alvos da PF é o empresário Fernando Mendonça, filiado ao PDT. Ele é um dos doadores de campanha e pai de uma funcionária do gabinete do senador Pedro Taques (PDT-MT), que não é investigado na operação.
Entre os investigados está também um dos sobrinhos do senador Jayme Campos (DEM-MT) e um ex-secretário dos governos Blairo Maggi (PR) e Silval Barbosa (PMDB). Campos, Maggi e Barbosa também não são investigados pela PF.
Tanto Taques quanto Campos negam qualquer relação com as supostas ilegalidades investigadas pela PF.
As apurações continuam. A polícia quer saber para quem o grupo operava, em especial no MT, onde está a maior parte dos investigados.
Foram apreendidos R$ 126 milhões em chegues e notas promissórias em nome de diferentes pessoas, entre elas, nomes de políticos que são mantidos sob sigilo.
Uma das empresas do empresário Fernando Mendonça doou R$ 229,5 mil à campanha ao Senado de Taques em 2010. A filha do empresário está lotada no gabinete do senador, onde, segundo o próprio senador, administra o site institucional e as redes sociais de Taques.
Ex-procurador da República com forte atuação contra o crime organizado no MT, Taques confirma a colaboração para a campanha que arrecadou R$ 1,1 milhão e teve as contas aprovadas pela Justiça Eleitoral.
Diz que Mendonça se filiou ao PDT depois da eleição e que deu emprego à filha dele "porque ela estava desempregada".
Afirma ainda não ter qualquer participação em nenhuma irregularidade e diz desconhecer qualquer ilegalidade cometida por Mendonça. "Eu confio no trabalho da PF", afirmou Taques. Entre os alvos dos mandados de busca e apreensão da PF está também um sobrinho do senador Jayme Campos. "Tenho 38 sobrinhos e não sou próximo a esse. Não tenho nada a ver com essa investigação", declarou Campos.
Mendonça não foi localizado pela Folha para comentar a operação da PF.
FASE 4
Batizada de Ararath, a operação foi deflagrada inicialmente no ano passado e já está na quarta fase.
"Após a deflagração das primeiras fases da operação e da análise de grande parte do material apreendido, foram obtidos elementos que, além de reforçarem os indícios de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, indicaram o envolvimento de outras pessoas e empresas", informou a PF por meio de nota.
O esquema movimentava quantias milionárias, com uma atuação similar a de uma instituição financeira, por meios de empresas de fachada e de factorings.
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