domingo, 2 de fevereiro de 2014

Operação tartaruga, crise na Secretaria de Segurança e intervenção federal


Diz o artigo 34, inciso III da Constituição Federal que a União não intervirá nos estados nem no Distrito Federal, exceto para pôr termo a grave comprometimento da ordem pública. E a ordem pública está seriamente comprometida na Capital da República Federativa do Brasil, local em que sediados os três poderes e inúmeras representações diplomáticas. O comprometimento decorre da denominada “Operação Tartaruga” levado à efeito pela tropa que compõe a Polícia Militar do Distrito Federal. ...

O governador Agnelo dos Santos Queiroz Filho (PT-DF) brincou com algo sério. Fez promessas durante a campanha eleitoral e não as cumpriu, atraindo a insatisfação da tropa. O comando da Polícia Militar foi trocado por diversas vezes em 03 anos de governo. Os policiais não acreditam no governador e este parece incapaz de encontrar soluções que façam com que o brasiliense possa retomar à sensação de que a polícia o protege.

A “Operação Tartaruga” teve início há dois meses. A atitude do governo foi apenas a de negar a existência da operação. A bandidagem começou a perceber que a cidade estava desprotegida e o governador, preocupado com a construção do estádio, continuou fazendo “cara de paisagem”. A violência aumentava e a imprensa tradicional fazia vista grossa, talvez ofuscada pela farta verba publicitária que jorrava (e jorra) tendo o Palácio do Buriti como fonte.

O crescente da violência e a radicalização da “Operação Tartaruga” fizeram com que o problema não mais pudesse ser ignorado. A violência começou a chegar ao Plano Piloto e outras regiões consideradas nobres da Capital. Oportunistas começaram a surgir com a intenção de “lucrar politicamente” com a tragédia que se prenuncia na Capital. É ano de eleições e de Copa do Mundo e os oportunistas de sempre querem se dar bem, máxime diante de um governo e de um governador fraco e incapaz de reagir. O Palácio do Buriti já recebe a alcunha de Palácio do Jabuti.

Em um portal ligado ao Partido dos Trabalhadores, partido de Agnelo dos Santos Queiroz Filho, o deputado Chico Vigilante, maior defensor do atual governo, “ataca ações dos governos anteriores ao de Agnelo Queiroz”. Talvez ele tenha razão ao imputar atos dos governos anteriores, mas não pode eximir o governador e o PT-DF de responsabilidade. Culpar os governos anteriores com exclusividade não ajuda a resolver o problema. Há três anos no poder, o governador Agnelo Queiroz negligenciou a segurança pública. Se houvesse acontecido avanço nos 03 últimos anos, a maioria dos policiais militares não teria aderido a um movimento que causa tanto sofrimento à população, aviltada pela sensação (real, diga-se) de insegurança.

O deputado Chico Vigilante (PT-DF) critica de forma contundente o atual secretário de Segurança, Sandro Avelar, quando diz que “é necessário separar política partidária de polícia, de segurança pública. Quem ocupa cargos estratégicos de comando da segurança pública tem que ter como foco o bem-estar da população, a segurança dos moradores. Mas tem- se pensando mais em candidaturas do que em fazer a defesa do cidadão comum”.

É fato corrente no Distrito Federal que Avelar será candidato a um cargo no parlamento federal, mas, se de fato é candidato e se de fato pensa mais em eleição do que em segurança pública, a responsabilidade é do governador Agnelo Queiroz (PT-DF) que o mantém no cargo máximo da segurança pública.

O deputado Chico Vigilante (PT-DF) prossegue em sua critica ao afirmar que “o Governo do Distrito Federal precisa reagir imediatamente. Necessita colocar alguém com pulso e autoridade para comandar a segurança pública da nossa cidade. Se necessário, convocar as Forças Armadas para ajudar a estancar o aumento da violência e resgatar a sensação de segurança para o cidadão, para que ele possa andar em sua comunidade como era antes, com a certeza de que está sendo guardado pela Polícia, que tem esse papel. Pelo Estado, que tem esse papel”.

As palavras de um Deputado tão próximo ao governador revelam que a situação é mais grave do que parece e que além da “operação tartaruga”, a secretaria de Segurança vive uma crise sem precedentes. O parlamentar distrital é enfático ao dizer que: “Não adianta o secretário de Segurança divulgar os números da criminalidade e encher de pânico ainda mais a sociedade. Cabe a ele, sim, divulgar estatísticas, mas, especialmente, desenvolver estratégias para combater a criminalidade; cabe a ele pensar políticas públicas para derrubar esses números; cabe a ele trabalhar para garantir segurança, de fato”.

Ora, das duas uma, ou o secretário de Segurança Sandro Avelar não dispõe de condições de restaurar a ordem e precisa ser trocado, ou o deputado distrital Chico Vigilante está jogando gasolina na fogueira, quem sabe visando eliminar um concorrente à Câmara Federal. O governador Agnelo Queiroz deve responder à sociedade.

De toda forma, diante de um quadro tão grave e assustador, medidas urgentes precisam ser tomadas, incluindo até mesmo a possibilidade de intervenção federal. É melhor ver as ruas da Capital tomadas pelo Exército brasileiro do que pela criminalidade. Reuniões de cúpula não vão resolver o problema, até porque a elite da segurança pública do Distrito Federal parece bater cabeça.

Internauta colaborador 

Fonte: http://www.edsonsombra.com.br/post/operacao-tartarugaa-crise-na-secretaria-de-seguranca-e-intervencao-federal

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