segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Arruda, Roriz e o pulo do gato


Por Ricardo Callado

O cachorro sempre perseguiu o gato mas nunca conseguiu pega-lo. Sem sucesso, adotou nova estratégia. Fez amizade com o gato e pediu que ele ensinasse os pulos que conhecia. O gato ensinou vários tipos de pulo. Depois de muito praticar, o cachorro pegou o pulo mais violento e foi para cima do gato.

Ai o gato deu um pulo excepcional e não foi pego. O cachorro então falou: “Poxa você não me ensinou esse pulo”. O gato respondeu: “Mas esse é o pulo do gato”. ...

A união entre os ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Joaquim Roriz (PRTB) é o retrato da fábula do cachorro e do gato. O cenário eleitoral de 2014 fez ambos deixarem as rusgas de lado. A união é uma questão de sobrevivência política. O retorno ao Palácio do Buriti une os antigos rivais.

Arruda avisou que quer fazer dobradinha com o Roriz e que se ele for candidato irá apoia-lo. Arruda disse isso porque sabe que o Roriz não vai ser candidato a nada. A saúde não permite que o ex-governador encare uma campanha pesada ao GDF.

Joaquim Roriz sabe também que não será candidato. Aceitou as pazes de Arruda, mas vai propor colocar a filha como vice, a deputada distrital Liliane Roriz (PRTB). Arruda gostou e aceitou. Sabe que assim atrai os votos dos rorizistas, que representa uma boa parcela do eleitorado.

Mas Roriz aposta que Arruda vai ser impedido no futuro pela justiça e não poderá ser candidato. E ai vem o pulo do gato: Liliane assume a candidatura do grupo político ao Buriti. Arruda é o cachorro (metido a esperto) e Roriz é o gato que sabe como da nó nos adversários e aliados.

É uma aposta arriscada. Se der certo, Roriz consegue unir as principais forças política da cidade, isolando o PT de um lado e o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) de outro. Agnelo teria ainda o PMDB ao seu lado.

O grupo de Roriz e Arruda ainda aposta que o vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) pode reavaliar a sua posição antes de iniciar a campanha. Pode, inclusive, compor uma chapa adversária ao atual governo.

Se Liliane é o pulo do gato de Roriz em Arruda, Filippelli é o salto que atinge e isola o governador Agnelo Queiroz (PT). É uma hipótese que vem sendo comentada nos últimos dias. Se não der certo, o grupo ainda tem como carta coringa o ex-deputado Jofran Frejat.

Na outra ponta, Rollemberg vem costurando sua aliança. Tenta atrair partidos de esquerda e centro esquerda. Conversa com nomes como os deputados José Antônio Reguffe (PDT), Eliana Pedrosa (PPS) e Augusto Carvalho (Solidariedade). E até Toninho do PSol.

Agnelo tem que reagir. Para isso, precisa primeiro resolver o problemas dentro do governo. A Operação Tartaruga da Polícia Militar paralisou o Buriti. E só chegou a esse ponto porque foi negligenciada.

O GDF não se antecipou aos fatos. Como em outros ocasiões, correu atrás quando o problema tomou proporções e ficou incontrolável. A política não deve ser do embate permanente. O diálogo deve prevalecer.

É preciso que se arrume a casa e entre na disputa. O PT está perdendo tempo e deixando os adversários se articularem. Os erros do governo alimentam a oposição. A Caixa de Pandora e a Bezerra de Ouro haviam enterrados os ex-governadores. Mas com trapalhada atras de trapalhada, Agnelo é hoje o maior cabo eleitoral de Arruda e Roriz. E o PT é o pulo do gato da oposição.
Fonte: Blog do Callado

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