sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Nocaute eleitoral de Agnelo deixa a sucessão em aberto


Por Karla Maranhão, Portal Notibras
O pior cego é aquele que não quer ver, ou precisamente, o que não lê, não ouve e se encrusta diante de fatos, que mesmo na política, são claros e transparentes. Neste sentido, temos que dar crédito às pesquisas, mesmo os que desdenham quando não são favoráveis e torcem o nariz.
 
As pesquisas, obviamente, de institutos sérios, como Ibope, Datafolha, Voxpopuli, e outras, trazem números relevantes, e tendências que implicam em análises sobre o futuro iminente. Algumas destas informações podem traduzir o que está por vir!
 
No cenário nacional, que determinará palanques regionais ou estaduais, alianças e estratégias, tem praticamente definido que a presidente Dilma Rousseff será candidata à reeleição, amparada por índices baixos, se considerar a máquina governamental, diante de aproximadamente 40% do PIB, e de um cenário econômico, diga-se de passagem, foi, senão o tema mais importante, um dos que implicaram na mudança de rumo nas ultimas eleições.
 
Uma pesquisa recente, diz que 62% da população quer mudança, melhores serviços, mais dignidade e 57% consideram que 2014 será um ano pior do que 2013, portanto, um clima de pessimismo.
 
Os dados acima remetem ao novo, a um discurso diferente, incluindo postura ética, de história retilínea, ao mesmo tempo, de resultados.
 
Inequivocamente, no meio da Copa do Mundo, o maior evento global, teremos a volta das manifestações, que derrubaram os números da presidente Dilma ao chão, levando sete meses para recuperar-se, além de alcançar os governantes de todo o país, independentemente de partido.
O mesmo deve ocorrer este ano, mais terão apenas 60 dias para fazer um balanço de seus governos e pedir aos eleitores um voto de confiança, especialmente para aqueles que lutarão para se reeleger, como é o caso do governador Agnelo Queiroz, que nutre índices de aprovação que o coloca como o segundo pior governador do país.
 
O ano tem um calendário “apertado”, janeiro e fevereiro, férias, março carnaval, culturalmente, após, é quando o país começa a produzir de fato, abril teremos novas administrações, os que irão para corrida eleitoral terão que se desincompatibilizar e  abril e maio para alavancar projetos estruturantes, a partir de junho existem impedimentos legais, exatamente por conta das eleições, as manifestações,  principalmente nas cidades-sede, que irão eclodir, paralisando muitas atividades, tudo em meio às convenções e alianças políticas.
Agosto e setembro, campanhas eleitorais, outubro, em vários estados, muito provavelmente no DF e na eleição presidencial, teremos segundo turno, novembro e dezembro, transição, ou seja, planejamento para iniciar 2015.
 
No Distrito Federal, há uma miopia cega quando se afirma que o governador Agnelo é candidato único, sem concorrentes. Ora, se pensarmos que o próprio Agnelo terá que passar pela convenção partidária, embora pareça ter controle sobre o PT local, existem sempre conflitos internos, nas suas várias correntes, e se os números não melhorarem, sempre há o risco, até pelo questionamento dele não ser “petista” histórico ou de carteirinha.
 
O Senador Rodrigo Rollemberg é candidato ao GDF, até porque tem a obrigação de aprontar palanque para o Candidato Eduardo Campos/Marina Silva, diga-se de passagem, na última eleição ganhou da presidente Dilma, no DF, e tem representatividade no segmento evangélico, com seus mais de 600 mil eleitores.
 
O deputado Reguffe se anuncia como pré-candidato ao governo, mesmo que muitos não acreditem, e de fato, deve vir candidato ao senado, tornando-se um nome forte  para apenas uma vaga, tendo como concorrentes prováveis o deputado Magela, e o senador Gim Argello, que está fazendo de tudo para que não tenha adversários, inclusive e especialmente  Reguffe, o motivando a ser candidato ao governo, tendo outro senador, Cristovam Buarque, hoje , indigesto oponente de Agnelo, incentivando seu “aluno”, também a disputar o Buriti.
 
Toninho do PSOL deverá concorrer mais uma vez ao cargo de governador, e temos que considerar que na última eleição teve aproximadamente 15% do eleitorado. Portanto, poderemos ter quatro candidatos, três ou dois do centro esquerda.
 
Rodrigo Rollemberg é uma incógnita, pode arregimentar uma forte chapa, se acertar acordo com Reguffe e Cristovam, com a Rede de Marina Silva e seus seguidores e quem sabe, uma experiente política, hábil, que se coloca como um coringa de peso. É Eliana Pedrosa, do PPS, que também se anunciou como pré-candidata e que pode muito bem fazer uma composição com o PSB, seguindo a aliança nacional, ou com o PSDB, no palanque do candidato à presidência Aécio Neves.
 
Na oposição o PSDB lista como candidatos ao cargo os deputados Luiz Pitiman. Izalci Lucas e Marcio Machado, mas a decisão deve ficar com aquele que tiver melhores condições de buscar alianças que reforcem seu projeto.
 
Neste aspecto, Luiz Estevam tem a marca Roriz sob sua tutela, e deverá negociar os 20% que Roriz detém, especialmente com sua herdeira mais viável, que vem desempenhando um bom trabalho na Câmara Distrital, Liliane Roriz, que pode ocupar um cargo majoritário, talvez com o próprio PSDB.
Roriz, que se anuncia como candidato, dificilmente terá condições físicas e de saúde para suportar um pleito dos mais disputados, além de provável impedimento legal e jurídico.
 
Outro pré-candidato, que as pesquisas apontam entre os primeiros colocados, e que 44% da população aceitam perdoar pelos deslizes, por ser considerado um bom executor/realizador, é José Roberto Arruda, que nas rodas dos mais entendidos na política do DF, atentam que se ele se livrar dos muitos processos judiciais, pode ser o grande adversário oposicionista.
 
Sendo candidato, pode levar a deputada Eliana Pedrosa como sua vice, e não podemos descartar um acordo com Roriz e os vários grupos sobre os quais Arruda tem certo controle e hegemonia. Portanto, no chamado centro direita, poderemos ter quatro, dois ou um único candidato, congregando todas as forças.
Por toda a análise, vai haver concorrentes, e de peso, para enfrentar o governador Agnelo Queiroz, com uma administração desastrosa, e que parece estar “enxugando gelo”.
 
Sua gestão e imagem são de ineficiência, seus secretários e administradores, até pelas alianças que fez, são ruins, com pífios resultados, mesmo nas pastas estratégicas, como saúde, educação, segurança e transportes.
 
Agnelo deveria seguir o exemplo de seu vizinho, Marconi Pirillo e promover uma ampla reforma administrativa, com nomes que pudessem mudar o quadro, especialistas e técnicos, retirando imediatamente aqueles que serão candidatos, dando oxigenação ao seu governo.
 
O tempo é o maior inimigo, especialmente para quem tem o poder, os pré-candidatos podem e devem esperar pelos acontecimentos, até porque o maior concorrente de Agnelo é ele mesmo.
FONTE: http://blogradiocorredor.com.br/4530/Nocaute-eleitoral-de-Agnelo-deixa-a-sucessao-em-aberto/

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