segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Corrêa quer voltar a estudar.



Recife —

O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP), condenado no processo do mensalão a 7 anos e 2 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, quer trabalhar pela manhã e fazer um curso de pós-graduação à noite, no Recife. A proposta ainda será apresentada à Justiça. A informação foi dada pelo primo do político, o desembargador aposentado Clóvis Corrêa. O ex-deputado está preso desde a última sexta-feira, no Centro de Observação e Triagem Professor Everaldo Luna (Cotel), em Abreu e Lima (PE), aguardando decisão judicial sobre a transferência para uma penitenciária de regime semiaberto, como determina a sentença. A expectativa é de que a decisão seja tomada após 2 de janeiro, quando as atividades públicas são retomadas. Ontem, dia de visita, Corrêa recebeu parentes, que levaram alguns itens, como ventilador, colchão, lençol, fronha e frutas.

Formado em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e especializado em radiologia, o ex-deputado também teria recebido a proposta para trabalhar durante o dia em uma clínica. "Ele poderia até fazer plantão no sábado ou no domingo, mas isso vai ser conversado. Vamos apresentar ao juiz", disse Clóvis. Questionado sobre a distância caso o ex-deputado seja transferido para um dos quatro presídios de regime semiaberto do estado (na Ilha de Itamaracá, em Canhotinho, em Petrolina ou em Salgueiro), Clóvis lembrou que o primo terá que usar uma tornozeleira de monitoramento. Pela lei, Corrêa tem que retornar à unidade prisional às 17h. A reportagem tentou falar com o juiz Luiz Gomes da Rocha Neto, da 1ª Vara de Execuções Penais de Pernambuco, responsável por acompanhar o caso, mas ele não retornou as ligações.

Ação
Na próxima semana, a família do ex-deputado entrará com uma ação na Justiça Federal contra os três policiais do Departamento Penitenciário Nacional que fizeram a escolta do ex-parlamentar de Brasília para o Recife, na última sexta-feira, e o trouxeram algemado. "Os agentes desrespeitaram a Súmula Vinculante 11, do Supremo Tribunal Federal (que diz que o detento só precisa ser algemado em casos de resistência ou de perigo à integridade física própria ou alheia) e o Estatuto do Idoso. Eles cometeram crime ao algemá-lo. Também seguraram ele pelo cinturão como se fosse um marginal. A imagem dele tinha que ser preservada. Ele tem 65 anos", acrescentou Clóvis, o único da família a se pronunciar ontem.




Os parentes vão ainda encaminhar um pedido ao juiz Luiz Gomes da Rocha Neto para que o ex-deputado não cumpra pena na Penitenciária Agro Industrial São João (PAI), em Itamaracá. A família teme pela segurança de Pedro Corrêa, já que a unidade sofre com a superlotação de presidiários.

Correio Brasiliense

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