quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Arruda pavimenta o retorno

 

Foto: Google Imagens
O ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) está com o caminho livre para se candidatar nas eleições do ano que vem. O aval foi dado pelo plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) na sessão da última terça-feira, quando julgou regulares, com ressalvas, as contas do governo de 2008, quando Arruda estava à frente do Palácio do Buriti. A aprovação, por ampla maioria — 17 votos favoráveis, um contrário e uma abstenção —, envolveu deputados distritais que, mesmo fazendo parte da base aliada do governo Agnelo Queiroz (PT), são simpáticos ao nome do ex-governador.


 A mobilização de distritais arrudistas contrariou principalmente os petistas, que têm maior bancada. Nenhum deles votou pela aprovação das contas do ex-governador, até porque, à época, o PT era o principal partido de oposição ao governo Arruda. Dos presentes na sessão de terça-feira, Wasny de Roure, presidente da Casa, foi contrário e a líder do governo, Arlete Sampaio, se absteve. Já Chico Leite ficou revoltado e disse que não poderia votar uma matéria que não teve tempo de analisar com calma. “São contas que foram aprovadas com ressalvas pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF) e que os deputados tinham a obrigação de ter muito cuidado ao votar, já que se referem a um período nebuloso da política do DF”, desabafou. 


 O distrital, então, retirou-se do plenário, acompanhado de Joe Valle (PSB), que se sentiu pressionado por parlamentares do bloco PEN-PSB para que as contas de Arruda fossem levadas à análise dos deputados. O relator do caso na Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF), Dr Michel (PEN), ressaltou que fez como o TCDF: votou pela aprovação, com ressalvas. Tanto Arlete Sampaio quanto Wasny também não gostaram da postura dos colegas. A deputada e outros petistas alegam que a aprovação às pressas demonstra que Arruda ainda mantém influência forte entre parlamentares da Casa. No dia da votação, Patrício e Cláudio Abrantes, outros dois petistas, estavam ausentes e o líder do partido, Chico Vigilante, estava de licença médica.


Ida para o PR


 A manobra interessava diretamente a Arruda, já que ele dependia disso para que seu nome estivesse livre para a disputa no ano que vem. Ele agora passa a procurar uma legenda que o permita voltar à política. O mais provável é a ida para o Partido Republicano, ao qual pertence o distrital Aylton Gomes, um dos que estiveram à frente da movimentação para a aprovação das contas de 2008. O empenho do parlamentar para que a votação ocorresse esta semana indica uma clara aproximação com Arruda.

 A Câmara Legislativa agora tem nas mãos a aprovação das contas de 2009 e 2010 — sendo a primeira do governo Arruda —, que estão sub-júdice, além da análise do segundo ano do governo Agnelo Queiroz (2012). Na mesma sessão em que foram aprovadas as contas de Arruda, também passaram as do primeiro ano da gestão do petista (2011), com 20 votos favoráveis. “Como as duas foram aprovadas por ampla maioria, parece que os deputados fecharam acordo entre si para que ambas passassem e não houvessem manifestações contrárias de nenhum dos grupos. A ideia era que ficasse bom para as duas partes, mas muita coisa precisa ser explicada”, diz uma fonte ligada ao Palácio do Buriti. (AM)


Fonte: Correio Braziliense

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