sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Aécio diz que candidato que for para o segundo turno vencerá Dilma

             
Aécio Neves disse nque o único dado relevante das pesquisas eleitorais do momento é que mais de 60% da população brasileira não quer votar na presidente Dilma Rousseff  Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
Aécio Neves disse que o único dado relevante das pesquisas eleitorais do momento é que mais de 60% da população brasileira não quer votar na presidente Dilma Rousseff
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
O presidente nacional do PSDB e principal nome do partido para a corrida presidencial do ano que vem, o senador Aécio Neves (MG) disse nesta sexta-feira, em Curitiba, que o único dado relevante das pesquisas eleitorais do momento, que o colocam em terceiro lugar  na disputa, é que mais de 60% da população brasileira não quer votar na presidente Dilma Rousseff (PT). Aécio foi a Curitiba para o lançamento, no sábado, da sede regional sul do PSDB, com foco na pré-campanha para 2014. Nem a retomada do crescimento das intenções de voto da petista após a brusca queda com os protestos de junho preocupa o tucano.
 
 
“Vejo com absoluta naturalidade. Os índices de intenção de voto, neste momento, colocam pessoas com conhecimento distinto perante a população. A presidente, outro nome que já disputou a presidência (Marina Silva). É natural que sejam mais lembrados. Mas o dado mais relevante que tiro delas é que 65% da população brasileira não quer votar na atual presidente da república”, disse. “O que percebo hoje é de que o candidato que chegar ao segundo turno vai vencer as eleições, porque o ciclo do PT, para o bem da população brasileira, vai se encerrar.”

Aécio também não se diz preocupado com o fato de o crescimento da rejeição ao governo do PT não ter se transformado em intenções de voto para o PSDB, principal partido de oposição. 
 

“Na hora certa, com a candidatura definida, com a candidatura e as propostas conhecidas pela população do Brasil, tenho confiança que cresceremos. Claro que o resultado eleitoral, você não prevê, mas o sentimento é por algo novo. E o novo, nesta eleição vai ser o PSDB. As pessoas precisam conhecer as propostas e os candidatos. Hoje quem está em campanha é a presidente da República. E comparar nomes que já disputaram a presidência com nomes que só disputaram em seus Estados, e isto serve não só pra mim, mas também para o Eduardo (Campos, PSB), ainda é desigual. O dado relevante é que 60% quer mudança.”
 

O senador não acredita que uma oposição mais dura no Congresso poderia ter revertido esse quadro. “Há sempre criticas cobrando uma oposição mais contundente. O PSDB é diferente do PT e sofre essa crítica, talvez até pelo fato de a população estar acostumada à oposição que o PT fazia, que era contra tudo o que vinha do governo. O PT foi contra o Plano Real, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, foi contra as concessões e privatizações que faz agora, de forma atabalhoada, como a tábua de salvação para o crescimento medíocre que o Brasil vem tendo”, disse. “Nós não; fazemos oposição de forma absolutamente clara. As questões que são importantes para o Brasil, que já defendíamos lá atrás, não vamos mudar de opinião só porque foi proposto, agora, pelo PT”, emendou.
 

Aécio Neves ainda defendeu a pré-candidatura de Marina Silva, dizendo esperar que a Rede (partido que Marina tenta fundar) consiga alcançar os requisitos legais para ser criado a tempo de participar das eleições do ano que vem, sendo tratada com os mesmos critérios dos outros partidos “recém-criados sob as asas do governo”. 
 

“O Brasil merece ter uma alternativa como a Marina, assim como merece ter uma alternativa como o Eduardo, como quantas outras existirem. O governo que parece que quer ganhar por W.O., pela truculência que usa para tentar impedir que outras forças se organizem”, disse.
 

Chamado a comentar os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que mostrou estagnação na redução do analfabetismo e da desigualdade social, o senador aproveitou para voltar a garantir a manutenção do Bolsa Família por um eventual futuro governo tucano. 
 

 Aécio foi a Curitiba para o lançamento, no sábado, da sede regional sul do PSDB, com foco na pré-campanha para 2014 Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
Aécio foi a Curitiba para o lançamento, no sábado, da sede regional sul do PSDB, com foco na pré-campanha para 2014
 
“A diferença é que o PT se satisfaz com a administração da pobreza, não se preocupa em superá-la. Os programas de transferência de renda têm o DNA do PSDB, foram criados lá atrás, com o Bolsa Alimentação, Bolsa Educação, Vale Gás e o ex-presidente Lula teve a virtude de unificá-los e adensá-los. Mas não houve nenhum passo além. Nós não vamos acabar com o Bolsa Família, como tentam espalhar por aí, mas vamos permitir que essas pessoas se qualifiquem e entrem para o mercado formal de trabalho. Vamos além da transferência de renda”, disse.
 

Questionado sobre as semelhanças do “mensalão mineiro” com o mensalão do governo Lula, Aécio disse esperar que o caso de seu Estado também seja julgado, mas alegou não ser a melhor pessoa a comentar, por desconhecer o processo.
 

Encontros

 O PSDB reúne no sábado, em Curitiba, as principais lideranças do partido do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para dar início à construção de seu projeto para 2014 na região Sul do País. Encontro com o mesmo objetivo já foi realizado em Salvador e outros serão organizados nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. 
 

“A intenção é colocar o PSDB com muita clareza como contraponto ao que está aí”, disse. Enquanto nós vemos o Estado aparelhado pela militância partidária, vamos defender a meritocracia na administração pública. Quando vemos nossa política externa submetida a um viés ideológico e o Brasil sendo alijado do comércio exterior, queremos uma integração de nossas empresas nas principais cadeias produtivas globais. Enquanto o PT demoniza o setor privado, queremos parcerias às claras com o setor privado. Enquanto o PT quer o estado unitário com cada vez menos recursos para estados e municípios, nos queremos o contrário, queremos municípios mais livres.”
 
 

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